O shopping estava bem vazio em comparação as outras vezes que fui até lá. Era tudo tão diferente do Brasil, tudo tão... Perfeito, essa era a palavra. Perfeito. As lojas eram mais sofisticadas, cada detalhe parecia ser altamente calculado. A perfeição me fazia lembrar o Big Bang. Com certeza a coisa mais linda que eu já havia visto. Eu sentia vontade de se sentar num daqueles bancos, pegar meu caderno e o lápis e começar a desenha-lo, algo que adoro fazer. Mas meu sonho sempre foi cantar. Muitos dizem que tenho futuro, na verdade, nunca me disseram que não canta bem, não que eu cante para todo mundo, preciso de um tempo para se sentir segura para cantar para outra pessoa.
Neste exato momento, estou sentada em um banco, em frente a uma linda loja de roupas, com vários manequins dourados com looks com uma pegada meio rock meio patricinha, se é que me entende. O desenho, em minha opinião, estava ficando perfeito, mas quem sou eu para dizer?
Não percebi que o estava desenhando até que terminei. O desenho não conseguia expressar tanta beleza. Seu rosto era composto de traços absolutamente perfeitos. Fitei o desenho e voltei a encara-lo. Faltava algo. O analisei por mais um momento e consegui identificar meu erro. Em seu pescoço havia uma pinta e em meu desenho não. Com delicadeza necessária esbocei sua pinta. Mas com toda certeza não estava perfeito. Nenhuma réplica é capaz de ficar perfeita como a obra original. Ele se virou para olhar uma peça que um manequim vestia e posso jurar que ele conteve um sorriso ao ver-me. Ele me encarou por, no mínimo, uns dez segundos. Juro que mesmo se eu tentasse não conseguiria desviar o olhar. Era algo estranho, algo... Sobrenatural. Ele quebrou o contato para poder responder a atendente. Eu rapidamente peguei meu caderninho e junto com o lápis o guardei em uma das inúmeras sacolas de compras. Levantei-me, indo em direção á saída. Logo avistei meu carro no estacionamento. Era um belo carro, um Honda Civic preto. Ganhei dos meus pais, como presente de aniversário de dezoito anos.
Coloquei as sacolas no chão para procurar a chave em minha bolsa. Procurei a chave entre as diversas divisórias e nada. Abri um zíper, que se encontrava escondido em um canto da bolsa e lá estava. Apertei um dos botões do controle e o carro fez um bipe e ao mesmo tempo eu escuto um trovão. Olhei para o céu. Não seria um típico dia de Londres se não houvesse chuva e graças a Deus ainda não havia começado. Bem que ela podia esperar até eu chegar a minha casa. Dirigir com chuva é muito perigoso, ainda mais para quem acabou de aprender a pilotar.
Abri a porta, agora com pressa. Comecei a colocar minhas compras no banco do passageiro.
- Hei! – Ouvi alguém gritar, mas não me dei ao trabalho de olhar para ver quem chamou, pois com certeza não era comigo, então continuei a guardar minhas coisas como se não tivesse escutado nada.
- Hei! Garota? – Ouvi, de novo, um garoto chamar, porém desta vez a voz estava bem mais perto. Por curiosidade levantei os olhos á procura do menino. Era o da loja, e vinha em minha direção. – Isso, você. – Disse me surpreendendo. Eu continuei a fita-lo até que se aproximou de mim.
- O que você quer? – Perguntei olhando-o nos olhos. Seu sorriso fez meu coração bater mais rápido.
- É que não pude deixar de perceber que você estava desenhando. E... Posso ver? Fiquei curioso. – Ele coçou a nuca.
Por que todo este interesse em meu desenho? Será que percebeu que eu o desenhei?
- É que... Eu acho melhor não. Eu não desenho nada bem. – Disse mordendo o lábio e coçando a cabeça, se ele me conhecesse melhor já havia detectado minha mentira.
De acordo com quem eu conhecia eu desenhava muito bem, diziam para eu fazer disso uma profissão, e outras diziam que eu devia deixar isso apenas como um jeito de relaxar e focar em minha carreira como cantora.
- Por favor, fiquei curioso. Tenho um amigo que também adora desenhar. – Disse.
- Bom, eu tenho que ir, daqui a pouco vai começar a chover e... – Dito isso, a chuva caiu, como se minhas palavras tivessem apertado o botão que controla o tempo. – Oh meu Deus, eu tenho que ir. – Disse me enfiando para dentro do carro.
- Hei, me dê uma carona? Meu carro está no concerto e meu amigo me trouxe aqui e eu ia embora á pé já que minha casa não é longe, mas não posso pegar chuva se não gripo e com certeza ninguém vai querer isso. – Ele disse rápido como se sua saúde fosse importante para o mundo inteiro. Eu assenti e apontei para o banco do passageiro e logo ele entrou já ensopado.
- Obrigada. Os meninos iam me matar se eu pegasse um resfriado. – Ele balançou a cabeça devagar.
- Por quê? Você não teria culpa. – Liguei o carro e nos tirei do estacionamento.
- Ah, eu teria sim. Nós somos meio que... Obrigados a cuidar da nossa voz, então imagina se pego uma gripe e fico rouco? Vão milhões embora.
O que?
- Quem é você? – Perguntei o olhando esquecendo que estava dirigindo. Mais rápido que pude imaginar ele estava em meu colo tirando o carro da frente de um enorme caminhão azul, que parecia ser de carga. Ainda dava para escutar a buzina alta e irritante. Ainda bem que ele conseguiu desviar se não agora não estaríamos mais aqui.
- Ficou louca?! – ele gritou no carro.
- Me desculpa. – Disse o empurrando de cima de meu colo. – Mas olha pelo lado bom, você não precisaria mais ter que cuidar tanto da sua voz se agente morresse. – Tentei fazer piada para diminuir a tensão do momento, mas foi uma tentativa falha.
- É, ai o mundo inteiro ficaria de luto e ainda por cima te culpando pela minha morte! – Ele respondeu alto e indignado.
- Afinal, quem é você? – Eu disse sem tirar os olhos da estrada dessa vez.
- Sou Liam. Liam Payne. Nunca ouviu falar de mim? – Perguntou. Eu podia sentir seu olhar em mim. Neguei com a cabeça ele continuou. – Que injustiça você não saber de mim. Como o mundo pode ser tão cruel com uma pessoa tão linda? – Disse convencido.
Eu ri, ele estava me dizendo que era famoso?
- Até parece, por que eu te conheceria?
- Faço parte da One Direction. Sério que nunca ouviu falar?
Quem nunca ouviu falar na One Direction? Não sou uma desatualizada, só não sabia quem são e seus nomes, eu até tinha umas musicas deles no celular. Nunca tive muito interesse em procurar por famosos na internet. Estou sempre voando em meu mundo imaginário, compondo musicas, desenhando... Musica, será que ele podia me ajudar?
- Sim, até tenho umas musicas em meu celular, mas não sou do tipo que fica o tempo inteiro procurando por famosos na internet.
- Pelo menos você gosta das musicas.
- Suas musicas são lindas. Não tem como não gostar. – Pude vê-lo sorrir.
- Vire a esquerda, por favor.
Fiz o que ele pediu. Entramos em um bairro com mansões enormes e lindas.
- Você gosta do que faz? Não... É muito cansativo? – Decidi tirar umas duvidas.
- Eu amo. E sim, é bem cansativo.
- Eu também quero ser cantora. Mas não sei se tenho talento o bastante para isso. – Disse.
- Posso te ajudar. Cante para mim.
- O que? Estou dirigindo! E mesmo se não estivesse... Não. – Eu disse sorrindo.
- Hei, chegamos. É ali. – Ele apontou para uma mansão branca e enorme a uns metros.
Parei o carro e o olhei, sorrindo.
- Foi bom te conhecer Liam.
- Por que você não entra? Fica um pouco, é perigoso dirigir nessa chuva, e está aumentando.
E estava mesmo. Quando saímos do estacionamento mal passava de um chuvisco e agora esta umas duas vezes pior.
- Têm certeza? Não quero incomodar.
Ele sorriu e abriu a porta.
- Você não vai incomodar. – Disse e saiu. Eu fiz o mesmo, o segui até a porta e esperei ele abrir a mesma.
A sala era enorme, com sofás brancos e uma televisão gigante.
- Uau! Sua casa é linda!
- Obrigada. Tá a fim de assistir um filme? Essa chuva vai demorar passar.
Sentei-me no sofá e esperei ele escolher o filme e fazer uma pipoca, afinal ele não me deixou fazer nada.
Ele se sentou no sofá e apertou o “Play”.
- Que filme você escolheu? – Perguntei.
- Fica tranquila. Não é terror. É High School Musical. Gosto de coisas da Disney. – Ele disse e eu ri. Um cara gostar de coisas da Disney?
- Que foi? – Perguntou.
- Você é gay? – Fui direta. Ele me fitou com uma expressão indecifrável.
- Tenho namorada. – ele voltou a fitar a televisão.
- Me desculpa, é que é estranho.
- Tudo bem. – Ele sorriu. – Na verdade eu me identifico muito com o Troy. Ele gosta de basquete e de cantar. Eu também. E falando em cantar... Você não está mais dirigindo. – Ele me olhou suplicante.
- Hei, minha voz é feia e desafinada. Melhor eu nem começar, posso quebrar todos os espelhos e janelas daqui. – eu disse rindo e lembrei-me que ele estava em uma loja feminina. – O que você estava fazendo numa loja feminina? – Perguntei. – Foi comprar presente para a namorada?
- É. Estamos brigados e... Os presentes são as únicas coisas que resolvem.
- Nossa. Sinto muito.
- Ta tudo bem. Acho que não a amo mais há um tempo.
- Seja sincero com ela, por favor. – Eu disse balançando a cabeça para espantar a lembrança da dor.
- Falando assim, parece até que já sofreu. - Ele se virou para mim.
Eu fitei minhas mãos em meu colo, incapaz de olha-lo nos olhos.
- Ai, meu Deus. Que idiota. – Ele disse e eu sorri, ainda sem levantar o olhar.
Eu olhei pela janela, a chuva havia parado.
- Eu preciso ir. – eu disse me levantando. – E lembre- se, seja sincero. É a melhor coisa que você pode fazer.
Ele sorriu e em seguida olhou para baixo. Ele se levantou me levou até a porta. Eu já estava saindo, mas ele me puxou pelo braço.
- Quero o seu número. E você não me disse seu nome.
- Sou ‘Seu Nome’. – Eu sorri. Quase esqueci meu nome diante de seu sorriso.
Passei meu número a ele e fui embora.
Cheguei a minha casa e deitei na cama, olhando o teto. Pensei em Liam. Ele é lindo, fofo... Levantei-me e fui até onde tinha posto minhas sacolas quando cheguei. Peguei meu caderno de desenho e coloquei na pagina que o havia desenhado. Sem duvida ninguém nunca conseguiria desenhar com perfeição os seus traços.
Dias se passaram, talvez uma semana, eu não parei de pensar nele por um segundo. Estava sentada no sofá, assistindo a um canal de fofoca de famosos, um habito que peguei depois que eu o conheci, afinal eu estava sempre procurando um jeito de revê-lo.
Assustei-me com meu celular tocando, e tocando Summer Love. Eu não queria atender, mas só o fiz por que era uma chamada do Liam. Liam Divo Payne.
- Alô.
- Oi, tudo bem?
- Tudo e com você?
- Estou bem. Eu tava pensando... Quer sair comigo? Quem sabe jantar, ou fazer um piquenique... Você escolhe.
- Hã... Tudo bem, eu aceito. E... Que tal se eu te levar a um lugar? – Perguntei. Queria mostrar a ele a maravilha que eu havia visto. Descobri um dia antes de conhecê-lo.
- Tudo bem. Dê-me seu endereço.
Dei meu endereço a ele e desliguei. Arrumei-me rapidamente e esperei ele chegar. Logo ouço a campainha tocar, e vou atender, ansiosa.
- Olá. – Disse ao abrir a porta. Ele ficou mais bonito? Como é possível?
- Nossa! Você ta linda. – Ele sorriu e eu olhei para baixo.
- Vamos, o lugar é meio longe.
- Tudo bem.
Entramos no carro.
- E então? Onde pretende me levar? – Liam perguntou.
- É um lugar que conheci essa semana. Sabe, eu adoro a natureza e as vezes vou em alguns lugares para pensar... Nas coisas da vida. Foi numa hora dessas que o encontrei. – Sorri relembrando a paisagem magnífica.
Fui até lá, pois precisava pensar. Pensar nas questões do coração. A descoberta me deixou assustada e maravilhada, triste e feliz.
Chegamos depois de alguns minutos.
Logo o levei para dentro da pequena floresta que havia encontrado.
- Então, como vai o namoro? – Perguntei quebrando o silencio.
- Não muito bem. Não sei se temos mais futuro. – Disse tirando uma galha do caminho e passando.
- Sinto muito. Sei bem como é isso. – Falei.
Tirei um galho da minha frente, e fiquei o encarando. Ele parou para me esperar, e me perdi em seus olhos, provocando uma quase queda. Liam fora rápido o bastante e me segurou antes que eu pudesse chegar ao chão. Ele ficou perto demais. Tão perto que nossas respirações se mesclavam. Ele se aproximou e colou nossos lábios num selinho suave e se afastou alguns centímetros e alternava o olhar entre meus olhos e minha boca. E então colou novamente nossos lábios com enorme desejo contido. Logo pediu passagem para aprofundar o beijo e eu cedi, mesmo sabendo que não deveria.
- Eu... Tenho que terminar com a Dani. Vou terminar com ela amanhã. - Disse recuperando o fôlego e se afastando alguns centímetros.
Eu estava estática e maravilhada. O garoto dos meus sonhos me beijou. Mas a questão era: porquê? Ele queria curtir? Ou percebeu que estou meio que... Gostando dele?
- Você... - Comecei, mas ele me interrompeu.
- Olha, eu não queria, não esperava, mas... me apaixonei por você. - Ele me fitava com tamanha seriedade, que foi impossível desviar o olhar.
Eu sorri para ele.
- Eu não parei de pensar em você nesta semana. E... Acho que sinto o mesmo.
Ele me beijou de novo.
- Vamos, já está bem perto. - Eu disse, me referindo ao lugar que encontrei.
Andamos mais uns cinco minutos, de dedos entrelaçado, e as vezes ele levava minha mão aos seus lábios e a beijava, deixando uma especie de formigamento no lugar.
Paradise One Direction
Neste exato momento, estou sentada em um banco, em frente a uma linda loja de roupas, com vários manequins dourados com looks com uma pegada meio rock meio patricinha, se é que me entende. O desenho, em minha opinião, estava ficando perfeito, mas quem sou eu para dizer?
Não percebi que o estava desenhando até que terminei. O desenho não conseguia expressar tanta beleza. Seu rosto era composto de traços absolutamente perfeitos. Fitei o desenho e voltei a encara-lo. Faltava algo. O analisei por mais um momento e consegui identificar meu erro. Em seu pescoço havia uma pinta e em meu desenho não. Com delicadeza necessária esbocei sua pinta. Mas com toda certeza não estava perfeito. Nenhuma réplica é capaz de ficar perfeita como a obra original. Ele se virou para olhar uma peça que um manequim vestia e posso jurar que ele conteve um sorriso ao ver-me. Ele me encarou por, no mínimo, uns dez segundos. Juro que mesmo se eu tentasse não conseguiria desviar o olhar. Era algo estranho, algo... Sobrenatural. Ele quebrou o contato para poder responder a atendente. Eu rapidamente peguei meu caderninho e junto com o lápis o guardei em uma das inúmeras sacolas de compras. Levantei-me, indo em direção á saída. Logo avistei meu carro no estacionamento. Era um belo carro, um Honda Civic preto. Ganhei dos meus pais, como presente de aniversário de dezoito anos.
Coloquei as sacolas no chão para procurar a chave em minha bolsa. Procurei a chave entre as diversas divisórias e nada. Abri um zíper, que se encontrava escondido em um canto da bolsa e lá estava. Apertei um dos botões do controle e o carro fez um bipe e ao mesmo tempo eu escuto um trovão. Olhei para o céu. Não seria um típico dia de Londres se não houvesse chuva e graças a Deus ainda não havia começado. Bem que ela podia esperar até eu chegar a minha casa. Dirigir com chuva é muito perigoso, ainda mais para quem acabou de aprender a pilotar.
Abri a porta, agora com pressa. Comecei a colocar minhas compras no banco do passageiro.
- Hei! – Ouvi alguém gritar, mas não me dei ao trabalho de olhar para ver quem chamou, pois com certeza não era comigo, então continuei a guardar minhas coisas como se não tivesse escutado nada.
- Hei! Garota? – Ouvi, de novo, um garoto chamar, porém desta vez a voz estava bem mais perto. Por curiosidade levantei os olhos á procura do menino. Era o da loja, e vinha em minha direção. – Isso, você. – Disse me surpreendendo. Eu continuei a fita-lo até que se aproximou de mim.
- O que você quer? – Perguntei olhando-o nos olhos. Seu sorriso fez meu coração bater mais rápido.
- É que não pude deixar de perceber que você estava desenhando. E... Posso ver? Fiquei curioso. – Ele coçou a nuca.
Por que todo este interesse em meu desenho? Será que percebeu que eu o desenhei?
- É que... Eu acho melhor não. Eu não desenho nada bem. – Disse mordendo o lábio e coçando a cabeça, se ele me conhecesse melhor já havia detectado minha mentira.
De acordo com quem eu conhecia eu desenhava muito bem, diziam para eu fazer disso uma profissão, e outras diziam que eu devia deixar isso apenas como um jeito de relaxar e focar em minha carreira como cantora.
- Por favor, fiquei curioso. Tenho um amigo que também adora desenhar. – Disse.
- Bom, eu tenho que ir, daqui a pouco vai começar a chover e... – Dito isso, a chuva caiu, como se minhas palavras tivessem apertado o botão que controla o tempo. – Oh meu Deus, eu tenho que ir. – Disse me enfiando para dentro do carro.
- Hei, me dê uma carona? Meu carro está no concerto e meu amigo me trouxe aqui e eu ia embora á pé já que minha casa não é longe, mas não posso pegar chuva se não gripo e com certeza ninguém vai querer isso. – Ele disse rápido como se sua saúde fosse importante para o mundo inteiro. Eu assenti e apontei para o banco do passageiro e logo ele entrou já ensopado.
- Obrigada. Os meninos iam me matar se eu pegasse um resfriado. – Ele balançou a cabeça devagar.
- Por quê? Você não teria culpa. – Liguei o carro e nos tirei do estacionamento.
- Ah, eu teria sim. Nós somos meio que... Obrigados a cuidar da nossa voz, então imagina se pego uma gripe e fico rouco? Vão milhões embora.
O que?
- Quem é você? – Perguntei o olhando esquecendo que estava dirigindo. Mais rápido que pude imaginar ele estava em meu colo tirando o carro da frente de um enorme caminhão azul, que parecia ser de carga. Ainda dava para escutar a buzina alta e irritante. Ainda bem que ele conseguiu desviar se não agora não estaríamos mais aqui.
- Ficou louca?! – ele gritou no carro.
- Me desculpa. – Disse o empurrando de cima de meu colo. – Mas olha pelo lado bom, você não precisaria mais ter que cuidar tanto da sua voz se agente morresse. – Tentei fazer piada para diminuir a tensão do momento, mas foi uma tentativa falha.
- É, ai o mundo inteiro ficaria de luto e ainda por cima te culpando pela minha morte! – Ele respondeu alto e indignado.
- Afinal, quem é você? – Eu disse sem tirar os olhos da estrada dessa vez.
- Sou Liam. Liam Payne. Nunca ouviu falar de mim? – Perguntou. Eu podia sentir seu olhar em mim. Neguei com a cabeça ele continuou. – Que injustiça você não saber de mim. Como o mundo pode ser tão cruel com uma pessoa tão linda? – Disse convencido.
Eu ri, ele estava me dizendo que era famoso?
- Até parece, por que eu te conheceria?
- Faço parte da One Direction. Sério que nunca ouviu falar?
Quem nunca ouviu falar na One Direction? Não sou uma desatualizada, só não sabia quem são e seus nomes, eu até tinha umas musicas deles no celular. Nunca tive muito interesse em procurar por famosos na internet. Estou sempre voando em meu mundo imaginário, compondo musicas, desenhando... Musica, será que ele podia me ajudar?
- Sim, até tenho umas musicas em meu celular, mas não sou do tipo que fica o tempo inteiro procurando por famosos na internet.
- Pelo menos você gosta das musicas.
- Suas musicas são lindas. Não tem como não gostar. – Pude vê-lo sorrir.
- Vire a esquerda, por favor.
Fiz o que ele pediu. Entramos em um bairro com mansões enormes e lindas.
- Você gosta do que faz? Não... É muito cansativo? – Decidi tirar umas duvidas.
- Eu amo. E sim, é bem cansativo.
- Eu também quero ser cantora. Mas não sei se tenho talento o bastante para isso. – Disse.
- Posso te ajudar. Cante para mim.
- O que? Estou dirigindo! E mesmo se não estivesse... Não. – Eu disse sorrindo.
- Hei, chegamos. É ali. – Ele apontou para uma mansão branca e enorme a uns metros.
Parei o carro e o olhei, sorrindo.
- Foi bom te conhecer Liam.
- Por que você não entra? Fica um pouco, é perigoso dirigir nessa chuva, e está aumentando.
E estava mesmo. Quando saímos do estacionamento mal passava de um chuvisco e agora esta umas duas vezes pior.
- Têm certeza? Não quero incomodar.
Ele sorriu e abriu a porta.
- Você não vai incomodar. – Disse e saiu. Eu fiz o mesmo, o segui até a porta e esperei ele abrir a mesma.
A sala era enorme, com sofás brancos e uma televisão gigante.
- Uau! Sua casa é linda!
- Obrigada. Tá a fim de assistir um filme? Essa chuva vai demorar passar.
Sentei-me no sofá e esperei ele escolher o filme e fazer uma pipoca, afinal ele não me deixou fazer nada.
Ele se sentou no sofá e apertou o “Play”.
- Que filme você escolheu? – Perguntei.
- Fica tranquila. Não é terror. É High School Musical. Gosto de coisas da Disney. – Ele disse e eu ri. Um cara gostar de coisas da Disney?
- Que foi? – Perguntou.
- Você é gay? – Fui direta. Ele me fitou com uma expressão indecifrável.
- Tenho namorada. – ele voltou a fitar a televisão.
- Me desculpa, é que é estranho.
- Tudo bem. – Ele sorriu. – Na verdade eu me identifico muito com o Troy. Ele gosta de basquete e de cantar. Eu também. E falando em cantar... Você não está mais dirigindo. – Ele me olhou suplicante.
- Hei, minha voz é feia e desafinada. Melhor eu nem começar, posso quebrar todos os espelhos e janelas daqui. – eu disse rindo e lembrei-me que ele estava em uma loja feminina. – O que você estava fazendo numa loja feminina? – Perguntei. – Foi comprar presente para a namorada?
- É. Estamos brigados e... Os presentes são as únicas coisas que resolvem.
- Nossa. Sinto muito.
- Ta tudo bem. Acho que não a amo mais há um tempo.
- Seja sincero com ela, por favor. – Eu disse balançando a cabeça para espantar a lembrança da dor.
- Falando assim, parece até que já sofreu. - Ele se virou para mim.
Eu fitei minhas mãos em meu colo, incapaz de olha-lo nos olhos.
- Ai, meu Deus. Que idiota. – Ele disse e eu sorri, ainda sem levantar o olhar.
Eu olhei pela janela, a chuva havia parado.
- Eu preciso ir. – eu disse me levantando. – E lembre- se, seja sincero. É a melhor coisa que você pode fazer.
Ele sorriu e em seguida olhou para baixo. Ele se levantou me levou até a porta. Eu já estava saindo, mas ele me puxou pelo braço.
- Quero o seu número. E você não me disse seu nome.
- Sou ‘Seu Nome’. – Eu sorri. Quase esqueci meu nome diante de seu sorriso.
Passei meu número a ele e fui embora.
Cheguei a minha casa e deitei na cama, olhando o teto. Pensei em Liam. Ele é lindo, fofo... Levantei-me e fui até onde tinha posto minhas sacolas quando cheguei. Peguei meu caderno de desenho e coloquei na pagina que o havia desenhado. Sem duvida ninguém nunca conseguiria desenhar com perfeição os seus traços.
Dias se passaram, talvez uma semana, eu não parei de pensar nele por um segundo. Estava sentada no sofá, assistindo a um canal de fofoca de famosos, um habito que peguei depois que eu o conheci, afinal eu estava sempre procurando um jeito de revê-lo.
Assustei-me com meu celular tocando, e tocando Summer Love. Eu não queria atender, mas só o fiz por que era uma chamada do Liam. Liam Divo Payne.
- Alô.
- Oi, tudo bem?
- Tudo e com você?
- Estou bem. Eu tava pensando... Quer sair comigo? Quem sabe jantar, ou fazer um piquenique... Você escolhe.
- Hã... Tudo bem, eu aceito. E... Que tal se eu te levar a um lugar? – Perguntei. Queria mostrar a ele a maravilha que eu havia visto. Descobri um dia antes de conhecê-lo.
- Tudo bem. Dê-me seu endereço.
Dei meu endereço a ele e desliguei. Arrumei-me rapidamente e esperei ele chegar. Logo ouço a campainha tocar, e vou atender, ansiosa.
- Olá. – Disse ao abrir a porta. Ele ficou mais bonito? Como é possível?
- Nossa! Você ta linda. – Ele sorriu e eu olhei para baixo.
- Vamos, o lugar é meio longe.
- Tudo bem.
Entramos no carro.
- E então? Onde pretende me levar? – Liam perguntou.
- É um lugar que conheci essa semana. Sabe, eu adoro a natureza e as vezes vou em alguns lugares para pensar... Nas coisas da vida. Foi numa hora dessas que o encontrei. – Sorri relembrando a paisagem magnífica.
Fui até lá, pois precisava pensar. Pensar nas questões do coração. A descoberta me deixou assustada e maravilhada, triste e feliz.
Chegamos depois de alguns minutos.
Logo o levei para dentro da pequena floresta que havia encontrado.
- Então, como vai o namoro? – Perguntei quebrando o silencio.
- Não muito bem. Não sei se temos mais futuro. – Disse tirando uma galha do caminho e passando.
- Sinto muito. Sei bem como é isso. – Falei.
Tirei um galho da minha frente, e fiquei o encarando. Ele parou para me esperar, e me perdi em seus olhos, provocando uma quase queda. Liam fora rápido o bastante e me segurou antes que eu pudesse chegar ao chão. Ele ficou perto demais. Tão perto que nossas respirações se mesclavam. Ele se aproximou e colou nossos lábios num selinho suave e se afastou alguns centímetros e alternava o olhar entre meus olhos e minha boca. E então colou novamente nossos lábios com enorme desejo contido. Logo pediu passagem para aprofundar o beijo e eu cedi, mesmo sabendo que não deveria.
- Eu... Tenho que terminar com a Dani. Vou terminar com ela amanhã. - Disse recuperando o fôlego e se afastando alguns centímetros.
Eu estava estática e maravilhada. O garoto dos meus sonhos me beijou. Mas a questão era: porquê? Ele queria curtir? Ou percebeu que estou meio que... Gostando dele?
- Você... - Comecei, mas ele me interrompeu.
- Olha, eu não queria, não esperava, mas... me apaixonei por você. - Ele me fitava com tamanha seriedade, que foi impossível desviar o olhar.
Eu sorri para ele.
- Eu não parei de pensar em você nesta semana. E... Acho que sinto o mesmo.
Ele me beijou de novo.
- Vamos, já está bem perto. - Eu disse, me referindo ao lugar que encontrei.
Andamos mais uns cinco minutos, de dedos entrelaçado, e as vezes ele levava minha mão aos seus lábios e a beijava, deixando uma especie de formigamento no lugar.
Paradise One Direction
